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  • Foto do escritorMestre Guto Lemos

limites e fetiches - grandes diferenças


Tenho visto com frequência pessoas na cena que se autodenominam submissos ou escravos mas na verdade estão mais para feticheiros/ praticantes. Um verdadeiro submisso tem como foco do prazer a situação da submissão e servir ao dominador em sessão. Obviamente os limites do submisso devem serem colocados e conhecidos por ambos os lados, assim como a palavra de segurança. Preferências são também importantes, mas aí que mora o problema, vários "escravos" QUEREM em sua sessão somente o que PREFEREM pra não dizer o que EXIGEM.

Mas percebo que os ditos "submissos" estão confundindo limites ( ou seja, práticas que por diversos motivos não topam fazer) pelos fetiches que querem (exigem?) ter realizados. Parecem clientes em um restaurante escolhendo os pratos e ainda dizendo ( acho que prefiro o item 3 sem cebola, o item 7 com molho extra e poderia trocar o sorvete de baunilha da sobremesa por abacaxi?). Bem acho que não preciso ir muito longe pra dizer que isso não é submissão. O foco é o fetiche, a submissão está sim num segundo plano.

Alguns lendo esse post podem se perguntar, ok, e daí? Daí que pelo menos o Dom precisa saber o que está acontecendo naquela cena, qual a nota principal da sessão.

Mas como ensinou Rita Lee, se o importante é gozar no final e ambos estão curtindo vale sim uma troca mútua e saudável de fetiches. Ainda mais em nosso país em que quase qq regra amolece no sol quente dos trópicos.

Só que nao vamos chamar o feticheiro de submisso, muito menos de escravo né? Vamos dar nome aos bois, assim quem sabe a gente perceba mais facilmente o que realmente está acontecendo. Qual o nome que eu sugiro no lugar então? Conversando sobre isso com meu amigo Mestre Brenno Furrier, gosto de um termo mais neutro que é chama-los de praticantes de BDSM.

Transcrevo abaixo a opinão do Mestre Brenno Furrier, que acho que acrescenta muito a discussão aqui:

" Achei excelente o debate de hoje, colocando opiniões gerais e pessoais. Minha visão é muito parecida com a do meu amigo Mestre Guto Lemos, e acrescento que o BDSM é belo pq é largo. Digo largo, pois aceita várias vertentes, vários "personagens".A submissão pessoal e psicológica que foi falada, para mim, é requisito exclusivo da DS (dominação e submissão) sem a ela, não existe a DS. Mas não é o fato de a pessoa não ser submisso que não o torna praticante de BDSM, pois pode haver desejo por B de bondage, restrição ou M de masoquista, aquele que curta dor. Esses praticantes na qualidade passiva, não são obrigatoriamente submissos. Submissão é um estado mental psicológico da pessoa, e não determinadas atividades ou atitudes que levam a pessoa a ser classificada como sub. Muito complicado nomear os outros participantes que não são submissos, alguns chamam de slaves, escravos ou outros termos. Pode um participante fazer sessões de humilhação, comer em tigelas e não ser um submisso, pois isso, como eu disse, é psicológico, é do coração. Como também, pode um dominador ser amarrado, ou espancado, pois isso não o fará submisso ou slave, pois dominador é um estado de espírito, uma característica da pessoa. Assim eu penso, lógico que haverá pessoas que pensam diferente. Bjus Brenno Furrier"


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