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Na Masmorra do Fausto - Coluna semanal no portal iGay.

Fausto Fardado comanda a coluna Masmorra do Fausto aqui no iGay e hoje irá falar sobre a função de uma masmorra na hora de realizar um fetiche

Uma das fantasias mais icônicas para quem sonha em praticar BDSM , seja ele gay ou hétero, é realizar seus sonhos dentro de uma masmorra, também conhecida como estúdio.

Trata-se de um local especialmente preparado para as práticas do gênero. Geralmente, amasmorra  se situa dentro de um apartamento ou da própria casa do dominador - pode ser um cômodo ou um local completo - e possui todos os acessórios necessários para realização de uma sessão, material de higiene para todo o processo e, principalmente, o clima onírico, lúdico e de fantasia que envolve uma cena deste tipo.

Os acessórios costumam ficar a amostra e compor a decoração soturna do ambiente. A proposta deste tipo de estúdio é ser um espaço de criação de arte performática e  erótica e criar uma atmosfera envolta em mistério, funcionando como um cenário. 

Simbolismos elaborados e compartilhados em práticas BDSM 

Práticas fetichistas e BDSM em local como esse podem ter em sua origem elementos simbólicos e ritualísticos, sendo o próprio BDSM bastante envolto em rituais criados pelo casal. Quando falo aqui de rituais, uso a palavra em seu sentido literal, ou seja, falo do conjunto de hierarquias e práticas organizadas e sistematizadas, que possuem a intenção de elaborar e criar um sentido saudável para o lado simbólico da psique humana.

 

Neste sentido, muito mais do que uma associação perigosa, reducionista e equivocada com a violência e tortura, podemos associar esta estética às práticas secretas e reclusas ligadas à realização e materialização de sonhos eróticos .

O secreto neste sentido pode ser compreendido como o oculto, o nosso desejo mais íntimo. É aquilo que almejamos em segredo dentro de nossas masmorras internas, nosso íntimo, e que precisa ser libertado e sublimado através da experiência vivida. 

A masmorra também pode ser vista como um palco, um espaço performático, onde todos os participantes das práticas estão presentes para verem, serem vistos e atuarem em seu papel.

Ela envolve junto com as práticas, os cinco sentidos, por isso seu poder de atração multissensorial. Podemos dizer assim, que este é um espaço único e que possui uma função prática e de uso, pois serve para guardar e manter os acessórios, uma função estética ao fazer uso de artifícios visuais e sonoros, cumprindo com sua função simbólica.

No Brasil temos poucos locais para a prática de BDSM gay, mas eles existem e ao enxergarmos o BDSM e a masmorra sob essa ótica, podemos ter um entendimento mais humano e poético desses espaços e suas finalidades.

 

Link deste artigo: 

http://igay.ig.com.br/colunas/masmorra-do-fausto/2017-07-28/masmorra-bdsm.html

 

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